sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ejaculação Retardada
e Ausência de Ejaculação

O que é


A ejaculação retardada pode ser definida como uma persistente dificuldade de conseguir ejacular, apesar da presença de ereção peniana, desejo sexual e estimulação sexual.

Estima-se que ocorra entre 2 a 8% dos homens.

A maioria dos homens ejacula entre dois e quatro minutos após a penetração vaginal e o início dos movimentos pélvicos. De certa forma, a ejaculação retardada é o oposto da ejaculação precoce.

Um problema para o casal

Em princípio, muitos poderiam pensar que se trata de uma condição favorável ao exercício da sexualidade, já que muitas mulheres necessitam de um longo tempo de estimulação sexual para obter o orgasmo.

Porém, após cerca de 30 minutos ou mais, quando a parceira já chegou ao orgasmo, o homem duvida se chegará ao final e a esse tempo a parceira já perdeu parte ou todo o estímulo sexual, bem como sua lubrificação vaginal transformando o prazer em dor e constrangimento para ambos.

Não é difícil imaginar que anseios cada um carregará na próxima vez em que forem se relacionar sexualmente.

Na sua mais grave forma, a ejaculação retardada pode manifestar-se por uma completa incompetência ejaculatória, onde o homem é incapaz de ejacular dentro da vagina.

Causas

Existe uma razão particular, comum, para que a ejaculação retardada ocorra: muitos homens têm seus primeiros orgasmos por masturbação onde apertam excessivamente o pênis com as mãos, no intuito de atingirem rapidamente o clímax.

Cria-se então a falsa idéia de que a mesma pressão ao redor do pênis é necessária para a obtenção do orgasmo por penetração vaginal.

Como a vagina exerce menos pressão sobre o pênis que as mãos de quem se masturba, o homem anteriormente "treinado" para responder a um certo grau de pressão peniana, percebe a pressão exercida pela vagina como estímulo insuficiente para o orgasmo e não consegue ejacular pelo "suave" estímulo vaginal sobre o pênis.

Na maioria dos casos as causas são de natureza psicológica, visto que a maioria dos pacientes consegue ejacular por masturbação ou por emissões noturnas após sonhos eróticos.

As causas orgânicas mais encontradas são:


- distúrbios hormonais,


- diabetes,


- lesões dos nervos da medula ou pélvicos,


- cirurgias pélvicas,


- distúrbios da próstata,


- uso continuado de alguns medicamentos, especialmente os anti-depressivos,


- abuso de álcool e drogas.

Vários estados psicológicos podem inibir o reflexo ejaculatório:


- situações de stress ou embaraço, cujo exemplo clássico é a coleta de esperma para exames, ocasião em que muitos homens não conseguem ejacular,


- medo ou ansiedade com respeito à gravidez,


- preocupação excessiva com o orgasmo da parceira,


- crenças religiosas ou pessoais que consideram o sexo como sujo ou apenas para fins reprodutivos,


- conflito de identidade sexual, tendências homossexuais,


- lembranças traumáticas por ter sido flagrado durante masturbação ou relação sexual "ilícita",


- preocupações diversas, conscientes ou inconscientes durante o ato sexual.

Tratamento

O tratamento deve começar pela investigação urológica de possíveis causas orgânicas e tratá-las quando possível.

Se o paciente está usando medicamentos que tenham como efeito adverso a inibição do reflexo ejaculatório, deverá discutir com seu médico a possibilidade de interromper ou mudar o tratamento.

Tente conversar com a parceira
Se o homem é capaz de ejacular por masturbação ou por sonhos eróticos, uma causa orgânica está praticamente descartada e ajuda de um terapeuta sexual está indicada. Porem, o seguinte pode ser tentado antes:

Converse com a parceira, abra o jogo sobre suas preferencias sexuais. Ensine-a como lhe estimular adequadamente, com as mãos ou sexo oral, por exemplo. Relaxe, concentre-se no que lhe estimule sexualmente e nos carinhos da parceira, fantasie.

Contrair e relaxar a musculatura das nádegas ajuda a apressar o orgasmo. Procure as posições sexuais que sejam mais estimulantes.

Existe uma seqüência de exercícios, um treinamento que pode ser tentado em conjunto com a parceira, por tantas sessões quantas forem necessárias para controlar a situação, sem se preocupar com o tempo em cada passo ou estádio.

Eis os passos:


- masturbe-se na presença da parceira até conseguir ejacular,


- a parceira lhe masturba até a ejaculação.


- gradualmente, ejacule, por masturbação, mais perto da vagina, ainda pelas mãos da parceira,


- a parceira começa a lhe masturbar, com o pênis próximo à vagina; quando estiver bem próximo do orgasmo, a parceira introduz o pênis na vagina e o homem segue com movimentos de penetração até ejacular dentro da vagina.

Quando a ejaculação não vem

Diferente da ejaculação retardada, a ausência de ejaculação durante o orgasmo ou anejaculação, em homens que o faziam normalmente, deve-se quase sempre a fatores orgânicos.

Eis os mais comuns:


- uso de medicamentos que relaxam o colo da bexiga, para tratamento de distúrbios urinários, por exemplo,


- após certos tipos de cirurgias pélvicas onde as vias nervosas responsáveis pela ejaculação são lesadas,


- após cirurgias da próstata onde a ejaculação ocorre na direção inversa(retrógrada), ou seja, o esperma vai para dentro da bexiga em vez de exteriorizar-se através da uretra. Na próxima vez que o paciente urinar, o esperma será eliminado junto com a urina.

Alguns casos de anejaculação podem ser tratados por modificações nas doses ou tipos de medicamentos usados.

Os casos devidos às seqüelas de cirurgias têm menos possibilidades de tratamento, visto que algumas alterações anatômicas decorrentes são irreversíveis.

Tanto a ejaculação retardada quanto a anejaculação deverão ser inicialmente investigadas por um urologista, que diagnosticará as causas e identificará o melhor tratamento para o caso em questão.

FONTE: Dr. Cálide Soares Gomes - Urologista formado em Medicina pela UFMA, 1982, com residência médica em Urologia, HMSA, Rio de Janeiro-RJ. Titular da Sociedade Brasileira de Urologia. Efetivo da Confederacion Americana de Urologia. Efetivo do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Professor da Disciplina de Urologia da UFMA. CRM:3011



PARA REFLETIR
O sexo é uma verdade privada que se torna mentira pública.


Na hora de fazer, a franqueza. Na hora de contar, a distorção.

Há um mito de que qualquer transa atravessa a madrugada. Não conheço guepardo, mas somente maratonista na cama. Ejaculação precoce é o de menos, o domínio é da ejaculação retardada. Não há um amigo que diga que transou quinze minutos. Nunca. São sempre horas e horas de carícias e afagos e preliminares.

Ou todos usam Viagra ou todos mentem.

Não sei se o brasileiro é o melhor amante. Não existe como saber. A única pesquisa de opinião confiável é a feita com Deus após a morte e, até agora, não foram anunciados os resultados. Não há boca-de-urna confiável da intimidade.

Corre sempre o boato de que o prazer se estende ao canto do galo. Eu olho para a cara dos meus colegas e não enxergo nenhuma olheira, nenhuma fraqueza de manhã. São sobrenaturais. Passam a noite fogosamente, não dormem e ainda acordam sem efeitos colaterais do cansaço. Alguma coisa está errada em mim.

Pior que fingir orgasmo é fingir que o orgasmo dura a noite inteira.

Onde anda a modéstia da nudez? A humildade do amor?

O bocejo, por exemplo, é tão romântico, mas é visto como um sinal de agouro e de tédio. Se alguém vacila, logo se pune e engole uma lata de Red Bull. Abafamos a sedução da preguiça. Uma pena; ao bocejar, o corpo se estica e se entrega como num ato erótico. Nada é mais excitante do que estar desarmado, com o rosto limpo, honesto e real.

O sexo precisa de mais religião. Pode parecer blasfêmia, mas pede mais religião e menos academia de ginástica. Sexo virou desempenho. É uma atividade muscular, ao lado do cross over e leg press. Uma demonstração de fôlego. Uma competição de quem aguenta mais. De quem pode mais. Uma rivalidade de bíceps e seios. Estamos mais preocupados com a posição do que com o prazer do outro. Os joelhos e braços são anilhas encaixadas nas barras.

Esquecemos de que o sexo pode ser curto no tempo e intenso na entrega. Já é suficiente meia hora, desde que vivida com a disposição dos detalhes, desde que a respiração seja saboreada e a pálpebra se feche para deixar o lábio enxergar sozinho.

Parece que sexo exige insônia, exaustão física, tortura, infarto. Eu quero viver pelo sexo, não morrer dele.

A noite de núpcias é a mesma conversa fiada. Os convidados e os padrinhos farão insinuações aos casados durante a festa: “Hoje é o dia, hein?” Mas no quarto a verdade será sonolenta. Ao invés de gemidos, roncos.

Depois do casamento, da recepção, da comilança, da arruaça até a luz do sol chegar, das danças e das despedidas dos hábitos de solteiro, como é que o casal vai transar? É desumano. Ou porque os dois estarão embriagados ou porque não se mantêm em pé. O máximo que dá para fazer é uma declaração de intenções.



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