SEGURANÇA NO TRABALHO
AGRO-FLORESTAL
AS CONDIÇÕES ADVERSAS DO TRABALHO RURAL:
.1- Analfabetismo: O índice de analfabetismo é muito
elevado, no meio rural brasileiro. Se considerarmos que toda ordem de
serviço, na questão de “segurança” , deve ser dado “por escrito”, esta
primeira condição adversa compromete, significativamente, todo e qualquer
programa de prevenção de acidentes e doenças.
Aqui,
devemos considerar o conceito internacional de alfabetizado: o indivíduo deve saber
escrever, ler e interpretar o texto. Não basta apenas “conseguir” assinar o
seu nome e ler alguma coisa mais simples; isso não significa “ser alfabetizado”
.
O operário
para ser adequadamente treinado deve estar devidamente qualificado. Sendo
analfabeto, tornam-se impossíveis: a leitura dos manuais, a aprendizagem de normas
técnicas, o acompanhamento de ordens
de serviço e a leitura de especificações
de fábrica.
No início
da década de 90, no Espírito Santo, foi constatado que 40% dos aplicadores de
agroquímicos eram analfabetos e 70% desconheciam a ação tóxica do produto no
organismo, por não saberem ler e interpretar o texto do rótulo e do
receituário; também, no Paraná, 95% não usavam EPIs, por
desconhecimento, decorrente do não entendimento do texto. E o Brasil consome 20% de todos os agroquímicos consumidos por paises
"em desenvolvimento" ("3o mundo")! 1% dos
expostos sofrem intoxicação e 2% dos intoxicados morrem.
.2- Estatística: os dados estatísticos referentes ao
trabalho rural são poucos; os de
origem oficial têm “vícios de origem”, e os fornecidos pela iniciativa privada
são inconsistentes, quase sempre.
Dois exemplos: no setor florestal, em determinada região,
era dado, oficialmente, como de 2% o percentual de acidentes gerados no trajeto
(transporte de operários à fazenda), enquanto, no mesmo ano, o setor, por dados
das empresas privadas, indicava 50%; segundo: oficialmente, os quatro
municípios paranaenses que “lideram” as estatísticas de acidentes, na área
rural, são, coincidentemente, grandes produtores de açúcar da cana; motivo: é
uma atividade melhor estruturada que as demais, tanto legal como
administrativamente. E as estatísticas mostram uma situação comparativa irreal,
dada a facilidade de se “pinçar” uma informação.
.3- A área geográfica: A extensa área geográfica
prejudica todas as ações no sentido de uma fiscalização eficaz e inibe a
intenção de controlar os riscos, seja por causa dos grandes deslocamentos, seja
pelos altos custos apresentados. Tomemos como exemplo o Paraná: mais de 60.000
empresas rurais estão “pulverizadas” em cerca de 290.000km2;
qualquer programa de treinamento e atendimentos diversos, tem como óbice
principal a distância a vencer, além de outros obstáculos, como intempéries,
riscos nas estradas, diversidade de ambientes, etc.
.4- A ausência do poder público: Até a década de
90, havia, no Brasil, cerca de 10 milhões de pessoas sem Certidão de
Nascimento; pessoas “sem nome”. Ora, como registrar empregados sem Carteira de
Trabalho? Como providenciar a Carteira junto ao poder público, se lhe falta o
documento necessário? Ambos são de competência exclusiva do Estado,
através dos cartórios credenciados e junto às DRtS. O Governo Federal foi irresponsavelmente
omisso, e tem sido acanhado nas suas ações.
A maioria
dessa população encontra-se na área rural: nordeste, norte, oeste,
centro-oeste, sudeste e sul (na ordem).
Um outro aspecto: o corpo de fiscais do MTE não é
capacitado para operações junto ao operariado rural, não é familiarizado com as
questões pertinentes, não tem preparo para agir no setor, além da falta dos
recursos que a tarefa exige.
5- A legislação : São recentes os instrumentos
legais específicos para a área rural, na questão de segurança do trabalho.
Entretanto, devemos salientar que, em que pese a intenção de atender, é muito
falha a legislação, haja vista a permanente preocupação de se alterarem os
dispositivos legais existentes. As Normas Regulamentadoras Rurais sofreram
profundas modificações, sendo substituídas pela NR-31, esta muito falha e
necessitando urgente de uma reformulação.
Os
critérios de avaliação dos riscos, para a área rural, são “alienígenas”,
enquanto os da área urbana são próprios. As normas são elaboradas em função de
pesquisas desenvolvidas no contexto urbano e adaptadas (quando o são) para o
ambiente rural. Algumas são, verdadeiramente, alienígenas.
.6- A diferença cultural: Principalmente o pessoal
de nível superior, é preparado em escolas que estão instaladas e atuam num
contexto tipicamente urbano, enquanto os seus egressos irão desenvolver os seus
trabalhos, na maioria das vezes, em áreas rurais, cujo contexto cultural é
muito diferente do anterior. Por mais que se esforce, o Engenheiro Agrônomo, Florestal,
ou Agrícola, enfrentará, inicialmente, muita dificuldade para a comunicação e,
consequentemente, para o necessário relacionamento com os seus subalternos; na questão da prevenção dos riscos de
acidentes e de doenças, esta dificuldade se amplia.
.7- O pagamento semanal: Comum nas pequenas e
médias empresas, a prática do pagamento semanal gera vários problemas,
relacionados com a segurança:
a-
maior rotatividade de mão-de-obra, decorrente do fato
de que, ao receber o seu salário, no sábado, o operário tem a facilidade de
optar por procurar outra empresa; esta rotatividade já alcançou, na década de 80, a “expressiva casa dos
20%”, nas principais empresas florestais, no Paraná;
b-
o dinheiro, sendo recebido sempre no sábado, induz à
bebedeira de “fim de semana”, gerando problemas como: absenteísmo, na
segunda-feira; desentendimentos com colegas, principalmente nos dormitórios
coletivos; acidentes de trabalho no primeiro dia da semana. Dados estatísticos
apontam o Brasil como 1o colocado em absenteísmo, no trabalho rural,
por causa do alcoolismo. Também, dados estatísticos nacionais indicam a
ocorrência de acidentes, por dia da semana, na área rural:
2a feira: 38%
3a feira: 14%
4a feira: 22%
5a feira: 8%
6a feira: 2%
sábado: 16%
c-
inibe a intenção de treinamento: a empresa não sabe se
poderá contar com a mão-de- obra que treinou, e se o investimento no
treinamento lhe trará “retorno”; nas grandes e algumas médias empresas, este problema
praticamente não ocorre; a eventual falta de treinamento é gerada por outros fatores,
até mesmo de ordem cultural;
.8- A entre-safra: Tipicamente, da área agrícola, e
bem menos acentuada na florestal, a entre-safra “oferece” significativa
contribuição ao rol de “condições adversas” para o setor primário da produção.
A
monocultura, se de um lado mostra os seus aspectos positivos, por outro traz
resultados negativos:
- pragas e
doenças em grande escala;
- “ecologicamente” menos
desejável;
- acentua
mais a condição adversa da “entre-safra”, já que a amplitude de variação
entre necessidade x ociosidade de
mão-de-obra, na fazenda, é minimizada pela
ocorrência da “heterocultura”, onde a empresa desloca melhor os seus empregados
para uma ou outra atividade.
Com a necessidade de dispensa
de parte da mão-de-obra, nos períodos de entre- safra
(principalmente) há a inibição para o treinamento e outros nvestimentos que resultem
no controle de riscos de acidentes e de doenças ocupacionais. O setor florestal
consegue “administrar” melhor essa questão, pela flexibilidade que a atividade
permite, em termos de utilização do pessoal de campo (mesmo na “monocultura”).
.9- O Meio: Mais agressivo do que se possa
imaginar, o Meio, ou “ambiente natural”, oferece riscos de toda natureza e
intensidade, além de reduzir as possibilidades de adoção das “medidas de ordem
geral”; (o capítulo V enfatiza a questão).
Assim, referente ao Meio, temos como exemplos de
adversidade:
a- Riscos
naturais: - vento, sol, relevo, solo, água, raios,
etc.;
-
intempéries;
-
fungos, bactérias, vírus, vermes, etc.;
-
animais domésticos, animais peçonhentos, etc.;
-
substâncias químicas alergizantes e irritantes,
substâncias tóxicas naturais, etc.;
-
plantas espinhosas, quedas de galhos e árvores, etc.;
-
acidentes geográficos, como rios, etc.
-
outros elementos.
b- Riscos inerentes ao
trabalho:
-
produtos químicos nas culturas e no solo,
escapamentos
de gases em motores e máquinas, etc.;
-
vibrações mecânicas localizadas e de corpo inteiro;
-
choques elétricos, quedas de nível, queda de objetos,
prensagem “em” ou “entre”, etc.
As medidas de controle prescritas para a fonte ou trajetória
são facilmente esgotáveis e, as de ordem pessoal,
de difícil aplicação. Dentre estas, a última
- uso de EPIs - passa, quase sempre, a constituir-se na
principal medida de controle a ser
adotada. Situação típica do trabalho rural.
A NORMA REGULAMENTADORA PARA O TRABALHO RURAL – NR-31
A seguir, algumas considerações sobre a NR-31 (promulgada
em 040305):
.01- Ela se destina às áreas de “agricultura, pecuária,
silvicultura, exploração florestal e aqüicultura”.
.02- Apesar de mencionada atividade “aqüicultura”, em
nenhum momento a Norma contempla esta atividade; nada há no seu texto que
indique isso.
.04- Compete, ainda, à SIT, através do DSST, coordenar,
orientar e supervisionar as atividades desenvolvidas pelos órgãos do MTE e
realizar, com a participação dos trabalhadores e empregadores, a Campanha
Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural – CANPATR, e implementar o
Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT.
O texto não sugere prazo para que o empregador adote as
medidas.
.06- A instância nacional encarregada das questões de
segurança e saúde no trabalho rural é a Comissão Permanente Nacional Rural –
CPNR.
.07- É criada a Comissão Permanente Regional Rural – CPRR,
formada por:
3
representantes do governo
3
representantes dos trabalhadores
3
representantes dos empregadores.
a-
exame admissional: antes que o trabalhador assuma as
suas atividades;
b-
exame periódico: anual, salvo o disposto em
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
c-
exame de retorno ao trabalho: se ausente por período
superior a 30 dias, devido a qualquer doença ou acidente (não cita outra
situação);
d-
exame de mudança de função: desde que haja risco
específico diferente daquele a que estava exposto;
e-
exame demissional: desde que o último exame ocupacional
tenha sido realizado há mais de 90 dias, salvo o disposto em acordo ou convenção
coletiva de trabalho, resguardado o critério médico.
Percebe-se que não há
referência a “exame de mudança de
local de trabalho”, “exame periódico
bienal” (para trabalhadores com idade entre 18 e 45 anos) nem de “retorno ao trabalho” para outras
situações de afastamento prolongado.
.09- Todo estabelecimento rural deve estar equipado com
material para prestação de “primeiros socorros”, em função das características
das atividades exercidas; sempre que no estabelecimento
houver 10 ou mais trabalhadores o
referido material ficará sob cuidado de pessoa treinada para esse fim.
.10- É obrigatória a aplicação da vacina anti-tetânica
para todos os trabalhadores rurais.
a-
Próprio: quando os profissionais especializados
mantiverem vínculo empregatício.
b-
Externo: quando o empregador rural ou equiparado contar
com consultoria externa dos profissionais especializados.
c-
Coletivo: quando um segmento empresarial ou econômico
coletivizar a contratação dos profissionais especializados.
a-
de nível superior:
- Engenheiro de Segurança do
Trabalho
- Médico do Trabalho
- Enfermeiro do Trabalho.
b- de nível médio:
-
Técnico de Segurança do Trabalho
- Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.
Mesmo para contratação temporária, caso atinja o número
mínimo exigido, a empresa deve contratar SESTR Próprio ou Externo (Coletivo),
durante o período da contratação.
14- O empregador, obrigado a constituir SESTR Próprio ou
Externo, poderá optar pelo SESTR Coletivo, desde que estabelecido em acordos ou
convenções, nas seguintes situações:
- vários
empregadores instalados em um mesmo estabelecimento;
- vários
empregadores que possuam estabelecimentos distantes entre si menos de cem quilômetros;
- vários
estabelecimentos de um mesmo grupo econômico situados menos de cem quilômetros
entre si;
-
consórcio de empregadores e cooperativas de produção.
|
O
SESTR Externo e Coletivo deverão ter a seguinte composição mínima:
Quadro 4
|
.16- Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho Rural - CIPATR :
O empregador rural ou equiparado que
mantenha vinte ou mais empregados contratados por prazo indeterminado, fica
obrigado a manter em funcionamento, por estabelecimento, uma CIPATR. A CIPATR
será composta por representantes indicados pelo empregador e representantes
eleitos pelos empregados de forma paritária, de acordo com a seguinte proporção
mínima:
Quadro 5
|
17- “O coordenador da CIPATR será
escolhido pela representação do empregador, no primeiro ano do mandato, e pela
representação dos trabalhadores, no segundo ano do mandato, dentre seus
membros”. Absurdamente, poderá ocorrer de o empregador não contar com
coordenador, escolhido dentre os seus representantes.
18- O mandato dos membros da CIPATR terá
duração de dois anos, permitida uma recondução.
19- “A CIPATR não poderá ter seu número
de representantes reduzido, bem como, não poderá ser desativada pelo empregador
antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número
de empregados, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento”. Inaceitável esta imposição legal!
.21- O processo eleitoral para membros da CIPATR observará
as seguintes condições: ... letra e: “garantia de emprego para todos os
inscritos, até a eleição”. É difícil de aceitar esta determinação.
22- É vedado o uso de roupas pessoais quando da aplicação
de agroquímicos.
23- As edificações destinadas ao armazenamento de
agroquímicos devem estar situadas a mais de 30m das habitações e locais onde
são conservados ou consumidos alimentos, medicamentos ou outros materiais, e de
fontes de água.
24- “O empregador deve disponibilizar, gratuitamente,
ferramentas adequadas ao trabalho e às características físicas do trabalhador,
substituindo-as sempre que necessário”.
E no caso de serviço “empreitado” ou realizado por “terceiros”?
25- O treinamento ensejado ao operador de motosserra tem
a duração mínima de 8 horas. Deveria ser de, no mínimo, 40 horas.
26- Nas frentes de trabalho, devem ser disponibilizadas instalações
sanitárias fixas ou móveis compostas de vasos sanitários e lavatórios, na
proporção de um conjunto para cada grupo de 40 trabalhadores ou fração,
separadas “por sexo”, dispor de água limpa, papel higiênico, etc.
27- “As moradias familiares devem ser construídas em
local arejado e afastadas, no mínimo, 50m
de construções destinadas a outros fins”.
Não é o que diz a letra e,
do item 31.8.17 (‘... estar a mais de 30m
das habitações...”).
MUITO
GRANDE...............3 a 4 vezes o esforço físico
GRANDE..............................2
a 3 vezes o esforço físico
MODERADO.......................no
limite do esforço físico
PEQUENO...........................abaixo
do limite do esforço físico (valores numéricos aproximados)
.02- Exemplos para a área rural:
Muito Grande:............... puxar o
cabo do guincho
subir em árvores, para coleta de
sementes
uso de aplicador costal
transportar cargas em aclive, etc.
Grande:.........................uso de serras
manuais e motosserras em derrubadas,
desgalhamento
e traçamento
Moderado:.....................condução
de tratores e colheitadeiras
plantios manuais
roçadas e coveamentos manuais
uso de machado
colheitas manuais, etc.
Pequeno:.........................fiscalização
e serviços burocráticos
balizamento
limpeza de pátios
manutenção de equipamentos
trabalhos em viveiros, etc.
A identificação da atividade na
escala apresentada pela OIT depende da taxa de metabolismo ocorrida e em função do ritmo imposto. No quadro a seguir, podemos identificar os exemplos,
pelo metabolismo apresentado:
IV. b QUADRO DE METABOLISMO -
NR-15 (COMPLEMENTADO):
Quadro 6
TRABALHO
|
ATIVIDADE
|
QUADRO
|
PEQUENO
|
Sentado: movimento
moderado com braços e tronco...........................
Sentado: movimento
moderado com braços, tronco e pernas
( por exemplo,
dirigir automóvel )........................................................
De pé: trabalho leve
( por exemplo, fiscalizar )....................................
|
125kcal/ht
150kcal/ht
150kcal/ht
|
MODERADO
|
Sentado: movimentos
vigorosos com braços e pernas..........................
De pé: trabalho leve
em máquinas com alguma movimentação...........
De pé: trabalho
moderado em máquinas com alguma movimentação.
Em movimento:
trabalho de empurrar ou levantar...............................
|
180kcal/ht
175kcal/ht
220kcal/ht
300kcal/ht
|
GRANDE: (*)..................De pé: uso de motosserras, na execução
de derrubadas, desgalhamento e traçamento........................................................360
a 480kcal/ht
Trabalho intermitente de
levantar, empurrar ou arrastar peso;
por exemplo: remoção com
pá........................................................440kcal/ht
De pé: uso de serras
manuais em derrubadas e traçamentos...........550kcal/ht
MUITO GRANDE: (*)..De pé: uso de motosserras em derrubadas,
desgalhamento, traçamento, com empilhamento
manual:..........................................................580 a
600kcal/ht
Trabalho de aplicação de produtos químicos
com equipamento costal, movimentos vigorosos com o braço...............................................560kcal/ht
(*) – Levantados pelo autor, em
trabalho realizado na Fazenda Cangüiri, UFPR.
OS RISCOS NA
ATIVIDADE RURAL
.01-
Conceito de Riscos: "São aqueles decorrentes de condições inseguras ou
precárias de trabalho, e inerentes ao ambiente ou ao
processo”, incluindo, aí, o trabalhador.
- Classificação:
2.1-
Quanto à natureza dos agentes geradores:
a-
Riscos de Ambiente : Físicos, Químicos, Biológicos;
b-
Riscos de Execução : Materiais, Pessoais.
2.2-
Quanto à forma de ocorrência:
a-
Potenciais;
b-
Reais.
2.3-
Quanto à forma de agressão:
a-
Insalubridade;
b-
Periculosidade.
OBS.:
Todo ambiente laboral oferece 4 condições de trabalho:
- Praticamente sem risco
-
Condições perigosas
-
Riscos de Insalubridade
-
Riscos de Periculosidade
No ambiente rural, raramente ocorrem a primeira e a quarta situações.
2.4-
Riscos ergonômicos: estão relacionados com aplicação do trabalho ao
homem e o seu
controle ocorre, basicamente, com a programação
adequada de trabalho.
.03- Alguns exemplos para a área
rural:
Físicos: temperaturas extremas
(naturais e artificiais), vibrações mecânicas localizadas
e de corpo inteiro, ruídos elevados, pressões anormais, radiações (naturais e
artificiais), descargas elétricas naturais, umidades, ventilação (e a falta de) , intempéries
(não só cada elemento climático mas a sua amplitude de variação, em
curto espaço de tempo);
- aerodispersóides: poeiras,
fumos, fumaças, névoas, neblinas;
- gases;
- vapores;
- líquidos;
- sólidos.
- irritantes: amoníaco,
álcool, etc.;
- asfixiantes: monóxido
de carbono, cianuretos, etc.;
-
narcóticos: éter etílico, etc.;
- material particulado
(com ação alergizante e/ou irritante): poeiras em geral; carbonatos; sais complexos
de alumínio; carvão; mamona, pólens, resinas,
exsudatos, extratos, seivas, etc.
OBS.: Na página seguinte,
apresentamos um quadro de "algumas madeiras brasileiras que causam
problemas de saúde, quando em contato prolongado" com a sua poeira (em
derrubadas, traçamento, desgalhamento, desdobro, lixamento, etc.)
Biológicos: todos os protistas
patogênicos (HAECKEL, 1866) inferiores e superiores:
vírus, bactérias, fungos, bacilos, riquétsias (parasitos intracelulares obrigatórios,
semelhantes à bactéria, cuja doença - riquetsioses - tem como profilaxia a
destruição de piolhos, pulgas, roedores, etc.) e todas as formas de associações
de propriedades animal e vegetal em suas combinações
microorgânicas.
Ainda: pequenos e grandes animais -
vetores ou não de doenças - e plantas
cujos contatos e/ou ferimentos causam algum tipo de agressão ao homem, ou
concorrem para a ação química ou biológica no organismo. Exemplos:
Animais:
Roedores, insetos, aracnídeos, aves, anfíbios, répteis, crustáceos, etc.;
Vegetais:
Chapéu-de-napoleão, mamona, espirradeira, mandioca-brava, comigo- ninguém-pode,
pinhão paraguaio, oficial-de-sala, joá bravo, etc.
Doenças:
tuberculose, brucelose, tétano, tifo, malária, febre amarela, doença de chagas, esquistossomose, câncer, aids,
dengue, cólera, pneumonia, silicose, etc.
OBS.: A
prática do uso de "adubação orgânica" (lodos, estercos em geral, de suínos,
aves, etc.) oferece elevado risco de doenças (helmintos, coliformes, vírus, bactérias,
etc.), tanto pela presença em si, dos microorganismos, como pelo aspecto
cultural do homem do campo - "são produtos naturais e não fazem mal
a
ninguém".
Materiais: operações perigosas;
ferramentas manuais (46% dos acidentes,
na agricultura)
como machado, foice, enxadas, enxadões, facas, facões, pás, ganchos, alavancas,
pinças, serras, etc.; EPIs inadequados; máquinas obsoletas; sinalização
e balizamento inadequados; relevo do terreno; condições do ambiente,
como pedras, depressões, irregularidades na superfície, galhos, obstáculos
diversos; implementos
diversos; motosserras; máquinas; implementos e ferramentas para
trabalho com
animais; etc.
OBS.:
1) Mais que o trabalho com equipamentos
obsoletos, a introdução de máquinas e
equipamentos "mais sofisticados e modernos" , em curtos espaços de tempo,
oferece elevado risco de acidentes mais graves, pelo fato de o treinamento não
acompanhar esta evolução. Exemplos: mecanização na colheita de feijão; tratores
agrícolas; tratores de esteiras na agricultura; "feller" ( de pneus e
de
esteiras );
"harvester"; "skidder"; a própria motosserra;
"slasher", carregadores, etc. Como
exemplo, citamos que, no setor florestal, a substituição da motosserra por
maquinaria pesada e sofisticada, apresentou, nos primeiros anos, redução
no Coeficiente de Freqüência e sensível elevação
no Coeficiente de Gravidade.
Os Sistemas Agroflorestais ( Agricultura
e Floresta) pode ser entendido como sendo uma série de sistemas e
tecnologias de uso e manejo da terra, nas quais são associadas culturas
agrícolas com árvores e, ou pastos, numa mesma área de tal forma que sejam
viáveis economicamente, seguindo critérios importantes tais como produtividade,
adotabilidade e sustentabilidade para benefício das interações ecológicas e
econômicas resultantes.
Os SAF´s, como são
conhecidos os Sistemas Agroflorestais, consiste em consolidar ou aumentar a
produtividade de estabelecimentos agropecuários e de plantações florestais de
diversas dimensões abrangendo aspectos como degradação do solo e perda da sua
fertilidade ao longo dos anos, conservação da biodiversidade tanto de plantas
quanto de animais (fauna e flora) além de reduzirem os desmatamentos
clandestinos e queimadas.
É de extrema
importância a aplicabilidade da segurança no trabalho nas Atividades
Agroflorestais, uma vez que as operações de campo englobam o meio ambiente,
produção e principalmente o homem.
A relação Homem x Meio
Ambiente envolvem produtores rurais e ecossistema, com isso se deve reconhecer,
avaliar e controlar os riscos que possam comprometer a saúde dos trabalhadores.
Hoje, tudo o que diz
respeito à preservação da integridade física de todo trabalhador está totalmente
voltada para a área da saúde e segurança no trabalho, bem como a sua adaptação
às condições seguras para a realização de suas funções.
Para o desenvolvimento
eficaz nas Atividades Agroflorestais, é necessário um amplo conhecimento das
Normas Regulamentadoras e Legislações que sustentam esta atividade e, também,
disponibilidade para a constante busca do conhecimento nesta área.
| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
FONTE:
Universidade Federal do Paraná
Sandro
Javert
O AMBIENTE RURAL / O AMBIENTE “URBANO”
Quadro 01
|
DO CORPO ATINGIDAS, EM
ACIDENTES "URBANOS" (A)
crânio.......... 3.41%
olhos............ 9,48%
face.............. 3,10%
pescoço........ 0,90%
tórax............ 6,85%
mãos..........13,56%
dedos.........29,59%
coxas...........2,82%
artelhos........4,56%.
pés..............11,24%
PARTES DO CORPO ATINGIDAS, EM ACIDENTES
"RURAIS"......(B)
crânio............1,04%
olhos.............4,15%
face...............2,07%
pescoço.........0,26%
braço.............9,58%
abdômen........1,30%
dedos............10,28%
pernas.........16,06%
artelhos.........5,00%
pés...............21,24%
Análise superficial do
quadro acima:
· crânio.......maior porcentagem na área urbana, por acidentes
"batida contra"; na área rural, ocorre mais por "queda de
objetos", na atividade florestal;
na agrícola é pouco significativa;
· olhos........maior porcentagem na área urbana, pela significativa
participação de atividades em oficinas;
· face..........mesma análise anterior;
· tórax........a atividade rural, em geral, enseja uma exposição maior
desta parte do corpo: por se tratar de trabalhos dinâmicos, em sua
maioria, o homem se desnuda mais e se protege menos;
· braços.......mesma análise anterior;
· mãos........as mordidas de cobras (10,5% dos acidentes com cobras)
concorrem para o mais elevado número de acidentes nas mãos, em relação
ao meio urbano;
· dedos.......a significativa maior participação de trabalhos em
oficinas e com máquinas cortantes ( por exemplo, canteadeira) pode ser o
motivo de o trabalho urbano apresentar tão elevada porcentagem de acidentes nesta parte do corpo;
· coxas.......difícil se torna justificar o maior número de acidentes
nesta parte, no trabalho urbano;
· pernas.....cobras, principalmente, além do uso de facões e foices, são
a razão do elevado número de acidentes nas pernas, para a área rural;
· pés..........mesma análise anterior; aqui, estão incluídos os
pododátilos;
· artelhos.. mesma análise anterior, com respeito às cobras.
$$$EMPREENDA, FAÇA E VENDA$$$
Descrição: Um café da manhã alegre para quem você ama.
Contém 01 Caixa de presente, 01 Geléia de amora, 01 Xícara e pires, 03 Bombons
de cassis, 03 Bolachas, 01 Vasinho de Mini Rosa, 01 Cookies Amor aos Pedaços.
BISCOITOS/COOKIES
CULINÁRIA FÁCIL
TAPIOCA SALGADA...
Ingredientes
• 100 gramas de polvilho
• 70 gramas do recheio que quiseres,aqui sugerimos carne de sol pronta temperada e feita, (de presunto, queijo, tomate e alecrim/orégano, frango, calabreza, vegetais, ou pura com manteiga FICA PERFEITO!!!)
• 70 gramas de queijo ralado
• 1 pitada de sal
• água
• manteiga
Modo de preparo
• 100 gramas de polvilho
• 70 gramas do recheio que quiseres,aqui sugerimos carne de sol pronta temperada e feita, (de presunto, queijo, tomate e alecrim/orégano, frango, calabreza, vegetais, ou pura com manteiga FICA PERFEITO!!!)
• 70 gramas de queijo ralado
• 1 pitada de sal
• água
• manteiga
Modo de preparo
Para fazer a massa de tapioca, misture o polvilho com um pouco de água até o ponto da massa não se soltar. Acrescente uma pitada de sal. Aqueça uma frigideira aderente e vá colocando o polvilho aos poucos, peneirando sempre a massa. Quando a massa estiver firme, vire para o outro lado ficar pronto. Ainda com a massa na panela, recheie com o queijo ralado e a carne. Agora é só fechar a tapioca e se deliciar! Rende uma tapioca.
TAPIOCA DE CÔCO
Ingredientes
500 gr de polvilho doce (goma seca)
1 litro de água
1 pitada de sal
Leite de coco fresco temperado a gosto com açúcar ou sal
Folhas de bananeira preparadas e cortadas em quadrados ou círculos
1 litro de água
1 pitada de sal
Leite de coco fresco temperado a gosto com açúcar ou sal
Folhas de bananeira preparadas e cortadas em quadrados ou círculos
Modo de Preparo
Coloque o polvilho doce numa tigela, cubra com água e deixe hidratar de um
dia para outro ou por pelo menos 3 horas. Depois deste tempo, jogue a água da
superfície fora e coloque sobre o polvilho molhado (que ficou assentado no fundo
da tigela) um pano de algodão limpo. Deixe por umas duas horas para que o pano
enxugue o excesso de água. Agora, basta desfazer os torrões, temperar com um
pouco de sal e passar por peneira para que se transforme numa farofa úmida e
soltinha. Aqueça uma frigideira sem untar e espalhe por cima (sem untar) algumas
colheradas deste polvilho molhado. Quando os grânulos se juntarem, vire e
cozinhe do outro lado, sem deixar endurecer. Deixe o leite de coco numa tigela e
passe as tapiocas rapidamente por ele, sem deixar encharcar muito. Sirva em
folhas de bananeira. Nota: se quiser fazer uma mistura instantânea para tapioca,
é só misturar 500 g de polvilho com água aos poucos (na quantidade de 300 ml
aproximadamente), até formar uma farofa úmida. Basta, então, temperar com uma
pitada de sal e peneirar direto sobre a frigideira.
MENSAGEM...
Nos Compromissos de Trabalho
(André Luiz / Chico Xavier)
Nunca se envergonhe, nem se lamente de servir.
Enriquecer o trabalho profissional, adquirindo conhecimentos novos, é simples dever.
...
Colabore com as chefias através da obrigação retamente cumprida, sem mobilizar expedientes de adulação.
Em hipótese alguma diminuir ou desvalorizar o esforço dos colegas.
Jamais fingir enfermidades ou acidentes, principalmente no intuito de se beneficiar das leis de proteção ou do amparo das instituições securitárias, porque a vida costuma cobrar caro semelhantes mentiras.
Nunca atribua unicamente a você o sucesso dessa ou daquela tarefa, compreendendo que em todo trabalho há que considerar o espírito de equipe.
Nunca se envergonhe, nem se lamente de servir.
Enriquecer o trabalho profissional, adquirindo conhecimentos novos, é simples dever.
...
Colabore com as chefias através da obrigação retamente cumprida, sem mobilizar expedientes de adulação.
Em hipótese alguma diminuir ou desvalorizar o esforço dos colegas.
Jamais fingir enfermidades ou acidentes, principalmente no intuito de se beneficiar das leis de proteção ou do amparo das instituições securitárias, porque a vida costuma cobrar caro semelhantes mentiras.
Nunca atribua unicamente a você o sucesso dessa ou daquela tarefa, compreendendo que em todo trabalho há que considerar o espírito de equipe.
Sabotar o trabalho será sempre deteriorar o nosso próprio interesse.
Aceitar a desordem ou estimulá-la, é patrocionar o próprio desequilíbrio.
Você possui inúmeros recursos de promover-se ou de melhorar a própria área de ação, sem recorrer á desrepeito, perturbação, azedume, ou, rebeldia.
Em matéria de remuneração lembre-se: quem trabalha deve receber, mas igualmente quem recebe deve trabalhar.
André Luiz por Chico Xavier
Livro: Sinal Verde