A
exposição ao ruído excessivo pode apresentar diversos sintomas
no organismo como irritabilidade,
ansiedade, dor de cabeça, zumbido, tontura, estresse, falta de concentração, comprometimento
cognitivo, perda de memória, dificuldades no entendimento da fala e de
comunicação, fadiga ocular, insônia etc....
A perda auditiva permanente é um efeito do ruído sonoro
no organismo que não tem reversibilidade, ou seja, é irreversível.
Ela se dá pela exposição prolongada e repetitiva a ruídos moderados
ou intensos. Uma exposição de prejuízos temporários pode se tornar
permanente quando repetida em curtos intervalos de tempo. Ruído é
um conjunto de sons que pode causar sensação de desconforto, e está presente no
dia-a-dia dos seres humanos, bem como temos pessoas com necessidades especiais.
Tipos de
ruídos: O ruído pode ser: contínuo, intermitente ou de impacto.
Ruído
contínuo é aquele que possui pouca
ou nenhuma variação durante certo período.
Exemplos:
máquinas em operação.
Ruído
intermitente é aquele com variações de
intensidade.
Exemplos:
britadeiras em operação, trânsito da cidade, etc.
Ruído de
impacto é aquele som muito forte/
intenso num período de tempo bastante curto.
Exemplos:
explosões, detonações, disparos de armas de fogo, etc.
A
exposição em excesso ao ruído pode causar problemas de saúde ou piorá-los, além
de gerar impactos na qualidade de vida das pessoas.
Como
exemplos, temos: aumento da pressão
sangüínea, ansiedade, dores de cabeça, dificuldade de comunicação, alterações
do sono, irritação, cansaço, diminuição do rendimento no trabalho, etc.
A
exposição excessiva ao ruído pode gerar danos irreversíveis à audição, como por
exemplo, a PAIR.
A PAIR –
Perda Auditiva Induzida pelo Ruído – é uma diminuição da audição que ocorre por
causa da exposição contínua ao ruído excessivo.
O
trabalhador portador da PAIR pode apresentar falta de atenção, zumbido, e
dificuldade para compreender os sons da fala, principalmente em locais
ruidosos. Precisamos esclarecer é a nomenclatura que confunde as pessoas quando
se fala em som e ruído.
Do ponto
de vista técnico, som e ruído são exatamente a mesma coisa, caracterizada por
uma onda vibratória de percepção auditiva que viaja pelo ar, ou por condução em
contato físico direto com o crânio.
A
diferença está no conhecimento popular e no costume das equipes médicas e
técnicas para com os pacientes. Para distinguir sons potencialmente nocivos de
sons naturais e corriqueiros do dia-a-dia, há uma distinção figurada entre som
e ruído.
Podemos dizer que som é
qualquer som em volume normal que ouvimos durante o dia, como as cordas de um
violão, o som da água da chuva ou do vento.
O ruído,
diz respeito a um som mais alto e persistente, que quase sempre incomoda quem o
está ouvindo. Como, por exemplo, o ruído de um trem passando pelos trilhos, de
uma máquina industrial, ou ainda de uma colisão de veículos.
Os ruídos
são potencialmente perigosos à saúde, já que são sons mais altos e repetitivos,
que causam prejuízos às pessoas que estão em constante exposição a eles.
Quais os malefícios e efeitos do ruído sonoro no organismo?
Se as
pessoas que estão sujeitas à exposição ao ruído sonoro não utilizarem
equipamentos de proteção individual (EPIs) para evitar possíveis danos, os
prejuízos podem começar a aparecer. Alguns deles são temporários, enquanto
outros são permanentes. Vamos explicar abaixo cada um dos efeitos do ruído
sonoro no organismo e você entenderá os riscos dessa exposição.
Prejuízos temporários
A perda
auditiva temporária ocorre quando há exposição moderada ao ruído sonoro. É
considerada uma exposição moderada, aquela que apresenta alta intensidade (som
muito alto) durante um curto período de tempo. Exemplo: um show ao vivo de
uma banda.
O ruído,
neste caso, ocasiona uma diminuição temporária e transitória da sensibilidade
auditiva. Ou seja, o funcionamento do aparelho auditivo apresenta uma
diminuição, mas ainda é recuperável com repouso.
Recomenda-se
entre 11 e 14 horas mínimas de repouso antes de uma nova exposição, ou antes de
realizar testes audiométricos para verificar a sensibilidade auditiva. É
necessário ficar atento aos efeitos do ruído sonoro no organismo, mesmo quando
estes são temporários. A repetida exposição a efeitos de perda auditiva
temporários pode, com o tempo, ocasionar perda auditiva permanente, que vamos
abordar em seguida.
Prejuízos permanentes
Existem
dois tipos de perda auditiva permanente do ponto de vista médico. A Perda Auditiva
Induzida por Ruído (PAIR) e a Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional
(PAIRO), que é referente aos prejuízos durante o período de trabalho. Na
maioria das vezes, o indivíduo só percebe a perda auditiva quando esta já está
avançada. Os sintomas podem incluir zumbido no ouvido (mais perceptível no
silêncio da noite), dificuldade para escutar a própria voz e o diálogo com
outras pessoas, bem como aparelhos eletrônicos, como TV e aparelho de som.
Este tipo
de perda auditiva pode resultar na incapacidade total para o trabalho,
dependendo das funções do trabalhador. Exemplo: telemarketing, engenheiro de
som, enfermeiro, entre outros.
Trauma acústico
Existe
também o trauma acústico, que é uma exposição violenta a um ruído de alta
intensidade e curta duração, como uma explosão, uma falha em amplificadores de
som, uma batida violenta de automóveis, entre outros.
O trauma
acústico é uma lesão imediata e severa na audição, podendo causar até mesmo a
surdez permanente, dependendo de sua intensidade e da proximidade do indivíduo
da fonte do ruído.O ouvido possui mecanismos para atenuar ruídos muito fortes,
entretanto, no caso do trauma acústico, esses mecanismos não têm tempo de
entrar em ação devido ao súbito ruído, e os efeitos do ruído sonoro no
organismo podem ser permanentes, imediatos e irreversíveis.
Efeitos extra auditivos
Além dos
prejuízos temporários ou permanentes à audição, há ainda efeitos extra
auditivos, ou seja, observados em outras funções do organismo além da audição.
Entre
eles, podemos destacar:
·
Comprometimento
da comunicação e entendimento vocal/auditivo;
·
Problemas
neurológicos, como insônia e dores de cabeça;
·
Problemas
cardiovasculares, como aumento de batimentos cardíacos e de pressão arterial;
·
Vertigens,
desequilíbrios e desmaios;
·
Problemas
respiratórios e aumento da frequência respiratória;
·
Problemas
digestivos, como gastrite, náuseas e úlceras;
·
Problemas
comportamentais e/ou psicoemocionais, como irritabilidade, ansiedade, mudança
de humor, depressão, entre outros;
·
Cansaço,
desânimo, déficit de atenção e diminuição de rendimento devido à falta de
disposição.
Estes são
todos efeitos do ruído sonoro no organismo, que podem aparecer dependendo da
severidade e do prolongamento da exposição sonora.
É
recomendado que todas as pessoas que estejam sujeitas à exposição sonora de
ruídos façam exames de audiometria freqüentemente, além de acompanhamento
médico para saber como anda sua audição. Caso você note algum dos sintomas
descritos acima, procure o médico o quanto antes e use equipamentos de proteção
individual, como protetores auriculares e abafadores.
Edivaldo Coelho da Silva
Consultor Técnico em Segurança do
Trabalho, Gestor Ambiental e Pós Graduado em Perícia e Auditoria Ambiental
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