ACIDENTE DE TRABALHO, POLÍCIA E
PERÍCIA
As notícias abaixo, mostra mais
um exemplo que caminha na direção cada vez mais clara da “criminalização” dos
acidentes de trabalho, em que a participação da polícia e da perícia vão sendo
determinantes.
Na verdade, sempre que um acidente repercute, as autoridades se manifestam de forma a combater a impunidade. Seria interessante saber como ficará este e até agora tantos acidentes que repercutiram na imprensa e as autoridades demonstravam que haveria “rigor” nas investigações e punição de culpados.
É sempre assim quando ocorrem
acidentes de trabalho expostos de forma pública, ao contrário da maioria de
acidentes que permanecem subnotificados dentro de inúmeros canteiros de obras:
o clamor social gera uma aparente resposta do aparato policial e jurídico.
ACIDENTE E POLÍCIA
Empreiteiro, dois engenheiros e
mestre de obra são indiciados por morte de três operários em Brasília.
De acordo com delegado, obra em
hospital universitário não respeitava a norma técnica de segurança.
O delegado-chefe da 2ª Delegacia
de Polícia (2ª DP) de Brasília (DF), Marcelo de Paula Araújo, afirmou hoje que
os responsáveis pela obra do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital
Universitário de Brasília foram indiciados pelo crime de homicídio culposo,
quando não há intenção de matar, após a morte de três trabalhadores no dia 21
de julho.
Na última semana, Nelson Holanda da Silva, auxiliar de pedreiro, Raimundo José Lopes da Silva, carpinteiro, e Lourival Leite de Morais, pedreiro, morreram após o desmoronamento de um barranco. No momento do acidente, a equipe trabalhava na escavação de uma vala subterrânea para passagem de esgoto.
Foram indiciados o presidente da empresa Anhanguera, Melchíades Joaquim Oliveira, os dois engenheiros responsáveis pela construção, Jader Rafael Szervinsk e Danilo Almeira Borges, além do mestre de obras Raimundo João da Silva, todos funcionários da empreiteira.
“Está clara a inobservância das regras técnicas de segurança”, disse o delegado. Além disso, Araújo afirmou que “os exames periciais apontaram as falhas de segurança na obra e nós apuramos as responsabilidades”. A delegacia estima que o laudo do Instituto de Criminalística (IC) e a conclusão do inquérito saiam em até 20 dias.
Durante a investigação, foram colhidos depoimentos de 29 pessoas. A lista incluiu trabalhadores, responsáveis pela empresa e a Universidade de Brasília. “Ainda faltam três semanas para a conclusão, mas em princípio não haverá novos indiciados”, disse.
Segundo o delegado, somente após o laudo completo será possível saber quais requisitos de segurança teriam sido desrespeitados pela empreiteira. Araújo afirma que os quatro indiciados alegaram durante os depoimentos que todas as regras de segurança foram cumpridas. De acordo com a Universidade de Brasília (UnB), a empresa já havia sido notificada pela universidade sobre irregularidades na obra.
ÚLTIMA HORA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONTRA EMPRESA
Procurador do Trabalho anunciou
que vai ajuizar uma ação civil pública contra uma empresa por descumprimento de
um Termo de Ajustamento de Conduta, em que se comprometia a seguir as normas de
segurança do trabalho.
Os trabalhadores não usam
qualquer tipo de equipamento de proteção individual (EPI), as carteiras de
trabalho não são assinadas e as ferramentas manuais são precárias. Além disso,
não foi implementado nenhum programa de prevenção de riscos ambientais, no
sentido de preservar a saúde e segurança dos trabalhadores, e não há condições
de prestação de primeiros socorros em conformidade com o que exige a Norma
Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego.
A equipe do MPT, composta pelo
procurador Cláudio Gadelha, pelo analista pericial e engenheiro Aristharco
Pessoa de Aquino e pela servidora técnica Solaniza Eudócia, também flagrou o
uso de cordas nos paredões da pedreira para acesso às zonas de colocação de
pólvora, em altura superior a dois metros, sem distribuição de cintos de
segurança aos trabalhadores.
O TAC foi firmado pela
Associação, perante o MPT, no ano de 2008, em que se comprometia a distribuir
equipamentos de proteção individual adequados aos riscos, notadamente óculos de
segurança, luvas de proteção, botas e chapéu de abas largas; a fornecer água
potável e abrigo destinado a proteger os trabalhadores contra intempéries e com
condições sanitárias compatíveis com o gênero de atividades, além de outras
medidas de segurança (MPT).
ACIDENTE DE TRABALHO, POLICIA E
PERÍCIA
As questões em SST estão
progressivamente ultrapassando as fronteiras da prevenção e da reabilitação.
Os grandes acidentes com mortes
de trabalhadores e perdas patrimoniais estão experimentando cada vez mais uma
maior visibilidade pública. O resultado é que não só a comunidade SST mas a
população em geral vai tomando progressivamente mais informação e consciência
desses eventos. E a partir da consciência social dos riscos e dos acidentes,
outras instâncias vão reagindo e repercutindo, chegando aos níveis legislativo
e jurídico.
Na década de 70 a construção da Ponte
Rio-Niterói constitui um marco histórico sobre a ocorrência de inúmeros
acidentes graves e mortes por acidentes de trabalho que não tiveram grande
repercussão social. A consciência social de acidentes de trabalho ainda era
restrita, visto que a censura do governo militar dissimulava os números reais,
principalmente através da limitação da ação sindical. Nessa época, o Brasil
tinha os maiores índices de acidente de trabalho no mundo, mas o país não tinha
consciência disso.
A CONVENÇÃO 81
DA OIT
Podemos analisar o curso
histórico sobre o interesse e responsabilidades de acidentes de trabalho no
Brasil através do relacionamento da legislação com a Convenção 81 da OIT, a
qual estabelece os mecanismos para uma fiscalização estatal dos ambientes de
trabalho. Por essa análise, observou-se que, ora a Convenção 81 era denunciada
ou era ratificada ao sabor das circunstâncias políticas. Ou seja, quando o
Governo tinha alguma consciência social, a Convenção era ratificada para
incrementar a fiscalização e reduzir a precarização no trabalho. E quando o
Governo era pressionado pelo capital, o Brasil denunciava a Convenção, e os
índices de acidentes voltavam a subir.
Veja abaixo, como foi esse ciclo
da Convenção da OIT No. 81 (Inspeção do Trabalho, ou Auditoria Fiscal do
Trabalho), a partir da era de Getúlio Vargas, abordada em uma monografia do
autor (Revista Jus Navigandi).
O Ministério do Trabalho é
criado em 1930 e a Convenção No. 81 é ratificada em 1957 (ROSSO, S. 1997). Nas
décadas de 60/70, o capital reage à evolução das conquistas sociais, instrumentalizando
o Estado, para, agora com respaldo militar, estabelecer mecanismos de reversão
dessas conquistas que no dizer de ROSSO (1999), “viraram ficção” e em 1971 o
Brasil denuncia a Convenção No. 81. Era como se o Brasil disesse: não
precisamos de fiscalização do trabalho. A estratégia de desenvolvimento
nacional faz uma opção pelo capital intensivo, em detrimento do trabalho e o
próprio Estado passa a subsidiar o capital com recursos públicos. (ROSSO,
S.,1997). Com um formato recorrente, o lucro é privatizado e os prejuízos
socializados.
O INÍCIO DAS NRs
Não demora muito, e sem um mínimo
de fiscalização dos ambientes de trabalho, emerge a deterioração inevitável de
indicadores sociais. O exemplo mais representativo consistiu nos números sobre
acidentes de trabalho, cuja gravidade experimentou reverberação internacional
(ROSSO, S., 1999). E mais uma vez, o capital é obrigado a algumas concessões e
desse contexto nasce em 1978
a legislação sobre segurança e saúde do trabalhador
instituindo-se as NRs, período que coincidiu com a abertura política e o fim do
regime militar.
A posterior redemocratização do
país assinala uma recuperação de direitos sociais que se cristalizam na
Constituição de 1988, principalmente por dispositivos legais nacionais e
internacionais destinados à proteção do trabalhador, da mulher e dos menores.
Estabelece-se, também, a base constitucional para tornar a inspeção do trabalho
carreira típica do Estado e o Brasil ratifica a Convenção No. 81 em 1987, no
Governo Fernando Collor. Posteriormente, a legislação em SST foi assumindo um
caráter mais complexo e a auditoria fiscal tornou-se rotina para a maioria das
empresas.
Entretanto, não é só a Auditoria
Fiscal a única vertente para o enfrentamento dos problemas nos ambientes de
trabalho, sendo necessária a evolução de uma cultura de segurança no trabalho
em todos os níveis.
Um dos indicadores de evolução da
cultura em SST é a consciência social do problema e que muitas vezes é
resultado do impacto causado pelos grandes acidentes. Mais recentemente, por
exemplo, os desabamentos ocorridos no metrô de São Paulo expuseram com mais
clareza as responsabilidades e consequências para os diversos atores, como os
técnicos, os trabalhadores e o Ministério do Trabalho e o assunto foi palco de
várias reportagens e cobertura da mídia.
ACIDENTE NO CHILE
No plano internacional, o
acidente com a plataforma da British Petroleum e principalmente com os mineiros
do Chile, mobilizou a população de todos os países, que assistiou a esses
acidentes e resgate de trabalhadores em rede mundial, de forma dramática. A
imprensa ressaltou os riscos graves a que aqueles trabalhadores estavam
submetidos, e que a mina já havia sido interditada várias vezes pelas
autoridades, mas que as empresas, em conluio com autoridades judiciais,
liberavam para o trabalho de alto risco. No caso da plataforma da BP o problema
se intensificou pelas repercussões ao Meio Ambiente. Era a crônica de acidentes
anunciados, como tantos no Brasil.
Nos últimos anos, a Internet e o
Youtube passaram a divulgar quase que diariamente inúmeras situações de alto
risco, incluindo acidentes de trabalho, expondo ainda mais as responsabilidades
e o papel dos atores do mundo do trabalho. Se no passado predominavam as notícias,
atualmente são as imagens, que falam com muito mais eloquência.
A questão dos riscos, do controle
e das responsabilidades dos riscos nos ambientes de trabalho multiplicada pela
mídia, vem assim repercutindo progressivamente na população em geral. Assim, os
acidentes estão cada vez mais sendo documentados - fotografados, filmados e
divulgados pela midia em todos os níveis.
Como resultado dessa ampliação,
as instâncias legislativas passam a repercutir com a mesma intensidade. Algumas
ações fiscais estão sendo acompanhadas pelo Ministério Público bem como
observa-se que as ações judiciais e jurisprudências sobre o assunto se
multiplicaram. Nos últimos dias o Ministério Público do Trabalho iniciou uma
campanha nacional, em horário nobre, alertando sobre os riscos dos acidentes.
NTEP - FAP
Recentemente, após uma longa discussão,
estabeleceu-se uma legislação para inflingir um custo fiscal às empresas a quem
cabe a maior responsabilidade das doenças e acidentes, o NTEP-FAP.
Mas já se preparam
mecanismos reversores, com a idéia aparentemente bem intencionada de uma NR
sobre Gestão e Certificação. Na verdade, o que se quer com essa nova NR é
exatamente reverter o curso fiscal que porventura venha a ser imposto às
empresas pelo NTEP-FAP por uma Certificação “favorável”.
Este mecanismo já existe em
outros países, revertendo-se os custos fiscais por infração às normas de SST
quando a empresa se compromete efetivamente com a sua responsabilidade social.
Mas no Brasil há o risco de que essa idéia possa se deteriorar em caso de a
Certificação ficar nas mãos de empresas independentes, fora da Auditoria
Fiscal. Se na Auditoria Fiscal já existe corrupção, imagine-se em caso de
delegar-se Certificações a empresas privadas.
Ou seja, não são só os fatos mas
as consequências e repercussões jurídicas que vão introduzindo cada vez mais as
questões SST na agenda da sociedade.
FONTE: O primeiro artigo é do
Médico do Trabalho e Perito Dr. Mário Mueller abordando questões éticas na
perícia relacionada a agravos à saúde do trabalhador. Ele complementa de forma
precisa o artigo anterior do Prof. Airton Marinho sobre os “novos adoecimentos”
no trabalho.
O segundo artigo é do Eng de
Segurança Amaro Walter, traçando um histórico e circunstâncias sobre a idéia da
instalação de uma Polícia Especial para investigação de acidentes de trabalho,
idéia que ressurge agora no Rio Grande do Sul.
A PÁSCOA VEM AÍ...RENOVE SUA VIDA E EMPREENDA & VENDA!!!
CULINÁRIA FÁCIL:
Que tal
começar reaproveitando
caixas
tetrapack e fazendo esta cestinhas para
guloseimas?
tetrapack e fazendo esta cestinhas para
guloseimas?
1- Comece com
uma caixa limpa e aberta nas laterais.
2- Corte um
retângulo no formato de 16,5 cm por 21,5cm.
Preserve a área
central . Nas duas partes laterias, use uma caneta e marque subdivisões de 5,5
cm (como na foto). Faça cortes com a tesoura sobre as linhas marcadas, somente
até a dobra da parte central.
3- Dobre as
partes laterias unindo-as como mostra a foto.
4 - Veja o
detalhe da dobra.
5 - A parte
central fica dobrada por fora.
6- Usando as
sobras da caixa, corte uma tira e faça a alça da cesta.
7- Para unir as
laterais e a alça basta fazer um furo coincidente e amarrar com um fitilho.
Assim você dispensa o uso de cola e reforça a alça.
8- Para
finalizar decore sua cesta usando tecidos, papeis, adesivos, fitas e tudo mais
que sua imaginação permitir.
E FELIZ PÁSCOAAAA COM DINHEIRO NO
BOLSO!!!
STROGONOFF DE FRANGO
Ingredientes
- 1 cebola ralada
- 2 colheres de sopa de azeite
- 2 colheres de sopa de extrato de tomate
- 1 colher de sopa de catchup
- 1 colher de chá de mostarda
- 100 g de champignon picados
- ½ kg de frango desossado e cortado em cubinhos
- 1 creme de leite
- ½ xícara de chá de leite desnatado
PREPARO
Aqueça uma panela em fogo médio e coloque o óleo, o frango e a cebola e deixe por cinco minutos até ficar dourado. Acrescente o extrato de tomate e o leite e deixe ferver por aproximadamente um minuto, coloque a mostarda, o catchup, e o cogumelo. Misture tudo e deixe cozinhar por 2 minutos. Adicione o creme de leite e já pode servir. Dica: também pode ser usada maionese de leite no lugar do creme de leite.
SORVETE DE MAMÃO E IOGURTE
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