Esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, 
provavelmente autoimune. Por motivos genéticos ou 
ambientais, na esclerose múltipla, o sistema imunológico 
começa a agredir a bainha de mielina (capa que envolve 
todos os axônios) que recobre os neurônios e isso 
compromete a função do sistema nervoso. A característica 
mais importante da esclerose múltipla é a imprevisibilidade 
dos surtos.

Em geral, a doença acomete pessoas jovens, entre 20 e 30 
anos, e provoca dificuldades motoras e sensitivas.

Fatores de risco

Vários fatores podem aumentar o risco de esclerose múltipla, incluindo:
  • Idade: a esclerose múltipla pode ocorrer em qualquer idade, mas mais comumente afeta as pessoas entre 20 a 40 anos. Nessa faixa etária são feitos 70% dos diagnósticos
  • Gênero: mulheres são mais propensas que os homens a desenvolver a esclerose múltipla. A proporção real é de três mulheres para cada homem
  • Histórico familiar: se um de seus pais ou irmãos tem esclerose múltipla, você tem uma chance de 1 a 3% de desenvolver a doença - em comparação com o risco na população em geral
  • Etnia: os caucasianos, em especial aqueles cujas famílias se originam do norte da Europa, estão em maior risco de desenvolver esclerose múltipla. As pessoas de ascendência asiática, africana ou americana tem menor risco
  • Regiões geográficas: a esclerose múltipla é muito mais comum em áreas como a Europa, sul do Canadá, norte dos Estados Unidos, Nova Zelândia e sudeste da Austrália. Não se sabe ainda o porquê
  • Outras doenças autoimunes: você pode ser um pouco mais propenso a desenvolver esclerose múltipla se tiver outra doença que afeta o sistema imune como distúrbios da tireoide, diabetes tipo 1 ou doença inflamatória intestinal.


Não se conhecem ainda as causas da doença. Sabe-se, 
porém, que a evolução difere de uma pessoa para outra e 
que é mais comum nas mulheres e nos indivíduos de 
pele branca que vivem em zonas temperadas.

O diagnóstico é basicamente clínico, complementado por 
exames de imagem, por exemplo, a ressonância magnética.

Sintomas

A fase inicial da esclerose múltipla é bastante sutil. Os 
sintomas são transitórios, podem ocorrer a qualquer 
momento e duram aproximadamente uma semana.

Tais características fazem com que o paciente não dê 
importância às primeiras manifestações da doença que é 
remitente-recorrente, ou seja, os sintomas vão e voltam 
independentemente do tratamento.

A pessoa pode passar dois ou três anos apresentando 
pequenos sintomas sensitivos, pequenas turvações da visão 
ou pequenas alterações no controle da urina sem 
dar importância a esses sinais, porque, depois de alguns 
dias eles desaparecem. Com a evolução do quadro, 
aparecem sintomas sensitivos, motores e cerebelares 
de maior magnitude representados por fraqueza, 
entorpecimento ou formigamento nas pernas ou de um lado 
do corpo, diplopia (visão dupla) ou perda visual prolongada, 
desequilíbrio, tremor e descontrole dos esfíncteres.

Tratamento

Uma vez confirmado o diagnóstico de esclerose múltipla, 
uma doença inflamatória desmielizante, com manifestação 
remitente-recorrente, o tratamento tem dois objetivos 
principais: abreviar a fase aguda e tentar aumentar o 
intervalo entre um surto e outro. No primeiro caso, 
os corticosteroides são drogas úteis para reduzir a 
intensidade dos surtos. No segundo, os imunossupressores 
e imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de 
recorrência e o impacto negativo que provocam na vida dos 
portadores de esclerose múltipla, já que é quase impossível 
eliminá-los com os tratamentos atuais.

Recomendações

* Embora não altere a evolução da doença, é importante 
manter a prática de exercícios físicos;

* Quando os movimentos estão comprometidos, a 
fisioterapia ajuda a reformular o ato motor, dando ênfase à 
contração dos músculos ainda preservados;

* O tratamento fisioterápico associado a determinados 
remédios ajuda também a reeducar o controle dos 
esfíncteres;

* Nas crises agudas da doença, é aconselhável o paciente 
permanecer em repouso.
Fonte; Dr. Dràuzio Varella