Acidente por choque elétrico
A ação lesiva da eletricidade sobre o homem depende das condições pessoais de cada indivíduo, do meio em que o acidente ocorre e do tipo de corrente elétrica. Os acidentes desse tipo podem causar manifestações locais, produzindo queimaduras de vários graus, inclusive a carbonização; e repercussões gerais, atingindo o sistema nervoso, respiratório e circulatório, podendo levar à morte por parada respiratória cardíaca.
Primeiros socorros - em acidentes domésticos e industriais, a primeira medida é cortar a corrente elétrica, desligando o interruptor principal. Se o indivíduo estiver preso ao fio ou objeto eletrificado, o socorrista não deve tocá-lo, sob o risco da eletricidade passar também para ele. Para afastar a vítima da fonte eletrificada, deve-se estar com os pés sobre um material isolante, usando um bastão seco de madeira ou outro material mau condutor de eletricidade. Uma vez afastada a vítima da corrente elétrica, inicia-se imediatamente a respiração boca a boca, mantendo-a até o atendimento médico.
Mantenha-se calmo e evite o pânico.
Certifique-se de que há condições seguras o bastante para atendimento pré-hospitalar, sem risco para o socorrista e a vítima.
Faça uma avaliação primária da vítima e dê prioridade aos casos mais graves, como: hemorragia abundante, inconsciência, parada cárdio-respiratória, choque e envenenamento.
Você pode agravar o estado da vítima com manobras intempestivas.
Não abandone a vítima para procurar socorro.
Não dê líquidos ou mesmo produtos para inalação.
Não tracione membros ou faça movimentos bruscos com a vítima.
Garanta as funções vitais do acidentado (respiração e circulação).
Só remova a vítima se puder manter as funções vitais (respiração e circulação).
Mantenha a vítima em posição confortável e aquecida.
O atendimento deve ser feito preferencialmente no solo.
Transporte a vítima para o hospital mantendo as funções vitais.
Após qualquer atendimento de emergência, a vítima deve ser encaminhada para um atendimento médico especializado.
Preste informações corretas ao hospital sobre os procedimentos realizados, bem como, se possível, sobre os dados de saúde da vítima que você saiba (hipertensão, diabetes, hemofilia, epilepsia, gravidez, asma etc.).
Parada Cárdio-respiratória
Requer tratamento imediato, pois a falta de circulação cerebral pode causar danos irreparáveis em poucos minutos e a morte geralmente acontece nessa eventualidade. Uma parada cardíaca é diagnosticada pela perda imediata e completa da consciência, com relaxamento muscular e conseqüente queda. Não se consegue palpar os pulsos e freqüentemente se associa a uma parada respiratória. Se nenhuma providência for tomada, em 3 minutos começam os danos cerebrais, em 6 minutos são irreversíveis e, em 10 minutos, a morte.
O que fazer? - Na ressurreição cárdio-respiratória, deve-se deitar o paciente de costas sobre uma superfície dura e procede-se a massagem cardíaca. Esta será feita apoiando-se a mão esquerda espalmada sobre a região external (região mediana anterior do tórax) do paciente e a mão direita sobre a esquerda (palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda). Comprime-se então firmemente o tórax do doente em impulsos rítmicos na freqüência de 60 a 80 vezes por minuto. Como a parada cardíaca é geralmente acompanhada de parada respiratória, deve-se realizar a respiração artificial do tipo boca-a-boca ao mesmo tempo da massagem cardíaca. Não é necessário dobrar o cotovelo ao fazer a massagem, basta jogar o peso do corpo sobre os braços.
Respiração boca-a-boca - em primeiro lugar, desaperta-se as roupas do acidentado para permitir uma boa expansão do tórax. O paciente deve ficar deitado de costas, com a cabeça inclinada ao máximo para trás. O socorrista, ajoelhado, deve então inspirar profundamente e soprar com força pela boca do paciente. Deve-se manter as narinas do paciente fechadas, apertando-as com os dedos. Para completar o movimento, deixa-se o paciente livre para que expire. Esta manobra deve ser repetida regularmente cerca de 12 a 15 vezes por minuto e mantida até a chegada do socorro médico, ou até que o paciente esteja inspirando espontaneamente. O sucesso da respiração boca-a-boca é observado quando o peito da vítima se eleva durante a entrada do ar soprado pelo atendente.
Procedimento - inicialmente ventila-se os pulmões do doente insuflando ar por meio de 3 a 4 movimentos respiratórios artificiais. Em seguida, inicia-se a massagem cardíaca realizando 5 movimentos de pressão toráxica. Continua-se um processo alternando um movimento respiratório a cada 5 massagens cardíacas, de forma a realizar 60 a 80 massagens cardíacas e 12 a 15 movimentos respiratórios em um minuto. Deve-se recrutar pessoal para substituição dos socorristas, pois estas manobras são cansativas e podem ser necessárias por períodos às vezes prolongados.
Convulsões
É a condição em que há contração muscular involuntária, geralmente com o paciente inconsciente. A epilepsia é uma doença do Sistema Nervoso Central que se caracteriza por apresentar crises de convulsões em sua forma mais grave. Os ataques de convulsão se caracterizam por queda abrupta, perda da consciência, contração de toda a musculatura corporal e aumento de atividade glandular com salivação abundante e vômitos. Pode ainda ocorrer evacuação involuntária. Ao despertar, o doente não se recorda de nada do que aconteceu durante a crise e sente-se muito cansado, indisposto e sonolento. Pouco antes de desenvolver-se a crise, podem aparecer sintomas precursores, como tonturas, alucinações, ansiedade...
O que fazer? - a conduta do socorrista consiste principalmente em proteger o doente e evitar complicações. Deve-se deixar o paciente com roupas leves e desapertadas e virá-lo de lado para que não aspire as secreções ou vômitos para os pulmões. Para não ferir a língua deve-se colocar um lenço entre os dentes para impedir que a mordida se feche. Cessada a crise, o paciente deve ingerir líquidos e repousar. Os curiosos devem ser afastados para não acentuar o problema psicológico e deve-se perguntar se o paciente esqueceu de tomar o remédio, pois tal fato pode levá-lo a ter várias crise em um mesmo dia.
Chances de Salvamento
Tempo após o choque p/ iniciar respiração artificial e as Chances de reanimação da vítima:
1 minuto 95 %
2 minutos 90 %
3 minutos 75 %
4 minutos 50 %
5 minutos 25 %
6 minutos 1 %
8 minutos 0,5 %
As fontes de eletricidade, na zona rural, se manifestam através dos seguintes equipamentos ou fenômenos:
raios
peixe-elétrico (o Poraquê)
atrito (eletricidade estática)
baterias (alimentadas por cataventos)
painéis fotovoltáicos (energia solar)
turbinas (energia hidráulica)
motores estacionários (geradores), e,
motores elétricos.
As lesões provocadas pelo choque elétrico podem ser de quatro (4) naturezas:
1 - eletrocução (fatal)
2 - choque elétrico
3 - queimaduras, e,
4 - quedas provocadas pelo choque.
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Há vários tipos de proteção e de providências que podem ser usados para se evitar o choque elétrico:
fusíveis e disjuntores
aterramentos
materiais isolantes e
uso de EPI'S
Outras recomendações...
Plugue e use os dispositivos elétricos de segurança disponíveis como, por exemplo, a tomada de 3 pinos.
Considere todo fio elétrico como "positivo", ou seja, passível de provocar um choque mortal.
Cheque o estado de todos os fios e dispositivos elétricos; conserte-os ou substitua-os, se necessário. Aprenda como dimensionar o fio elétrico.
Certifique-se de que a corrente está desligada, antes de operar uma ferramenta elétrica.
Se um circúito elétrico em carga tiver de ser reparado, chame um eletricista qualificado para fazê-lo.
Use ferramentas "isoladas", que fornecem uma barreira adicional entre você e a corrente elétrica.
Use os fios recomendados para o tipo de serviço elétrico a que ele vai servir.
Não sobrecarregue uma única tomada com vários aparelhos elétricos, usando, por exemplo, o "benjamin".
Ao sair de casa desligue ou desplugue das tomadas ventiladores, e outros eletrodomésticos que não têm necessidade de serem usados!!!
Cuidado ao substituir a resistência queimada do seu chuveiro, pois o ambiente molhado aumenta o choque.
FONTE: http://www.ufrrj.br/
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