quinta-feira, 9 de outubro de 2014


Segurança e Saúde de Trabalhadores idosos!!!

À medida que vai diminuindo o número de jovens a 

entrar no mercado de trabalho nos próximos anos, 

verificar-se-á um aumento significativo na 

percentagem de pessoas mais velhas na força de 

trabalho. Os empregadores terão cada vez mais de 

contar com os trabalhadores idosos, o que pode 

constituir uma vantagem.

Alguns estudos mostram que os trabalhadores 

idosos são mais dedicados ao local de trabalho, têm 

menos ausências por doença e permanecem no 

emprego mais tempo. As aptidões, a experiência e a 

maturidade dos trabalhadores idosos compensam, 

de uma forma geral, eventuais problemas como o 

aumento das doenças ligadas à idade.

Trabalhadores mais velhos no local de trabalho

trabalhador idoso no sector da agricultura
Idade e produtividade
  • Uma das questões de relevo relacionadas com o envelhecimento da força de trabalho prende-se com a preocupação de que uma maior debilidade da saúde e um decréscimo das aptidões funcionais relacionados com a idade conduza automaticamente a um pior desempenho e a uma menor produtividade entre os trabalhadores mais velhos. A relação entre a idade e a produtividade é muito mais complexa, devido às vantagens da experiência adquirida em contexto laboral e de um maior conhecimento do trabalho, mestria profissional, conhecimento especializado, capacidade de adaptação e recurso a estratégias compensatórias. Não existem provas consistentes de que os trabalhadores mais velhos são, na generalidade, menos produtivos do que os trabalhadores mais jovens. Simultaneamente, existem provas de que a experiência de trabalho cumulativa é um indicador de produtividade mais válido e fiável do que a idade cronológica.

Absentismo
  • A percentagem de empregados para quem um problema de saúde relacionado com o trabalho não deu lugar a uma licença por doença era relativamente semelhante em todos as faixas etárias (41–42%).
  • A licença por doença de um dia, ou mais, diminuiu com a idade (de 46% para 36%), ao passo que a ocorrência de faltas de um mês ou mais por doença aumentou com a idade (de 13 % para 23 %).

Acidentes
A investigação mostra que:
  • Em geral, os trabalhadores mais velhos tendem a sofrer menos acidentes do que os seus colegas mais jovens.
  • Os acidentes de trabalho que envolvem trabalhadores mais velhos tendem a resultar em lesões mais graves (ou seja, invalidez permanente, perca de membros ou morte)

Stresse relacionado com o trabalho
  • Entre as causas de stresse para os trabalhadores mais velhos podem figurar a falta de oportunidades de progressão na carreira e de formação, bem como dificuldades naadaptação às novas tecnologias.

Avaliação de riscos sensível à idade

trabalhador idoso no sector da indústria transformadora
As avaliações dos riscos devem ter em conta as grandes diferenças individuaisno que respeita às aptidões funcionais, saúde e outros aspetos da diversidade entre trabalhadores, como deficiências, questões de género, idade, estatuto de migrante, etc.Adaptar o trabalho às capacidades, aptidões e estado de saúde do indivíduodeve ser um processo dinâmico e contínuoao longo da sua carreira, com base numa avaliação dos riscos adequada. Isto inclui a adaptação do trabalho às necessidades e estado de saúde dos trabalhadores mais velhos. A idade é apenas um aspeto da diversidade dos trabalhadores.

Uma avaliação dos riscos sensível à idade implica ter em conta os aspetos relacionados com a idade de diferentes grupos etários aquando da avaliação dos riscos, incluindo possíveis alterações das aptidões funcionais e do estado de saúde no caso dos trabalhadores mais velhos. Por exemplo, deve ser dada maior atenção à exigência física do trabalho e aos perigos relacionados com o trabalho por turnos, o trabalho debaixo de temperaturas elevadas, o ruído, etc., no caso de trabalhadores mais velhos. No entanto, como as diferenças entre indivíduos aumentam com a idade, não devem ser feitas assunções simplesmente com base na idade. A avaliação dos riscos deve considerar as exigências do trabalho à luz das aptidões funcionais e do estado de 
saúde do indivíduo.

Devido a esta grande disparidade entre indivíduos, as modificações introduzidas no local de trabalho para responder às alterações das aptidões funcionais têm de estar de acordo com as necessidades e condições de cada trabalhador. A boa conceção do local de trabalhobeneficia todos os grupos etários visando simultaneamente os trabalhadores mais velhos.

Adaptar o trabalho e o ambiente de trabalho

trabalhadora idosaDevido às disparidades existentes entre indivíduos, as modificações introduzidas no local de trabalho para responder às alterações das aptidões funcionais têm de estar de acordo com as necessidades e condições de cada trabalhador. A boa conceção do local de trabalho beneficia todos os grupos etários visando simultaneamente os trabalhadores mais velhos.

Funções sensoriais:
  • As alterações na visão podem ser resolvidas garantindo uma iluminação adequada e testes de visão regulares. Uma capacidade reduzida na avaliação das distâncias e da velocidade de objetos em movimento tem repercussões para a condução noturna.
  • Em relação à audição, é preciso reduzir os níveis gerais de ruído no local de trabalho. São recomendados testes auditivos regulares.

A diminuição das aptidões funcionais físicas pode ser superada, por exemplo, através de:


  • Reconceção de funções
  • rotação de funções
  • Utilização de equipamento e outras tecnologias de assistência
  • Restrições ao trabalho pesado e tarefas fisicamente exigentes
  • Formação em técnicas adequadas de elevação e transporte
  • Boa conceção ergonómica de ferramentas, equipamento e mobiliário
  • Boa conceção do local de trabalho a fim de minimizar a probabilidade de quedas
  • Licença para dispor de períodos de recuperação, por exemplo, através de breves intervalos e de intervalos mais frequentes
  • Organização do trabalho por turnos, por exemplo, recorrendo a um «sistema de turnos de rotação rápida»

Capacidade de trabalho e sua promoção

trabalhador artesanal idosoA capacidade de trabalho resulta do equilíbrio entre o emprego e os recursos individuais; : quando o emprego e os recursos individuais se coadunam entre si, a capacidade para trabalhar é boa.
Os principais fatores que afetam a capacidade de trabalho do indivíduo são:
  • saúde e aptidões funcionais
  • competência
  • valores, atitudes e motivação
  • os diferentes aspetos do trabalho incluem ambiente de trabalho, exigências e conteúdos profissionais, organização do trabalho, comunidade profissional e liderança.

O conceito de capacidade de trabalho sugere que as 

ações desenvolvidas no local de trabalho com vista à 

promoção da capacidade de trabalho devem 

englobar todas as dimensões do trabalho. A 

promoção da capacidade de trabalho 

requer cooperação entre o empregador e os 

trabalhadores, o que implica uma boa 

liderança a participação dos trabalhadores.

Mudanças relacionadas com a idade

grupo de idosos
Vários atributos, 
como sabedoriapensamento 
estratégicoperceção holística 
e capacidade de decisão, ou 
aumentam ou surgem com o 
avanço da idade. A experiência 
profissional e o conhecimento 
especializado também acumulam com a idade. 

Existem igualmente provas de que o desempenho 
cognitivo não revela, na generalidade, qualquer 
declínio acentuado a não ser após os 70 anos.

Contudo algumas aptidões funcionais
principalmente físicas e sensoriais, diminuem em 
consequência do processo natural de 
envelhecimento. Impõe-se ter em conta na avaliação 
de riscos potenciais mudanças das aptidões 
funcionais, pelo que o trabalho e o ambiente de 
trabalho terão de ser modificados por forma a 
responder a essas mudanças.

As mudanças nas aptidões funcionais relacionadas 
com a idade não são uniformes, devido a diferenças 
específicas no estilo de vida, nutrição, condição física, 
predisposição genética para a doença, nível 
educacional e ambientes de trabalho e outros. 
envelhecimento por si só não constitui um fator 
determinante para um decréscimo da 
capacidade, todavia interage com todos estes 
fatores que, no seu conjunto, afetam as aptidões 
funcionais. As alterações das aptidões funcionais 
verificam-se em relação aos indivíduos e não em 
relação a grupos etários, o que significa que existem 
diferenças consideráveis entre indivíduos.

A saúde, numa fase mais adiantada da vida, é 
igualmente afetada pelo estilo de vida na 
juventude. O decréscimo das aptidões funcionais 
pode ser adiado e minimizado por hábitos de vida 
saudáveis​​, tais como o exercício físico regular e uma 
alimentação saudável. O local de trabalho tem um 
papel fundamental na promoção de um estilo de 
vida saudável e no apoio a atividades que 
impedem o declínio das aptidões funcionais
contribuindo dessa forma para manter a capacidade 
de trabalho. 

A Promoção da Saúde no Trabalho (PST) abrange 
uma variedade de tópicos, incluindo dieta e nutrição, 
consumo de álcool, abandono do tabagismo, 
exercício físico suficiente, repouso e sono.

Muitas das alterações nas aptidões funcionais 
relacionadas com a idade têm mais peso em algumas 
atividades profissionais do que em outras. Por 
exemplo, as alterações no equilíbrio têm 
repercussões para bombeiros e pessoal de 
salvamento que trabalham em condições extremas, 
que utilizam equipamento pesado e precisam de 
elevar e transportar pessoas; uma diminuição da 
capacidade de avaliar as distâncias e a velocidade de 
objetos em movimento tem repercussões para a 
condução noturna, mas não afeta trabalhadores de 
escritório.

O envelhecimento e o mundo do trabalho em mudança

O declínio relacionado com a idade afeta principalmente as capacidades físicas e sensoriais, que são relevantes, sobretudo, para o trabalho físico pesado. Por um lado, as mudanças a nível industrial, especialmente a passagem de uma indústria extrativa e transformadora para uma indústria de serviços e baseada no conhecimento, levaram a uma redução no número de empregos que exigem elevados níveis de força física.

A crescente automatização e mecanização das tarefas, bem como a utilização de equipamento movido a energia, também reduziram a necessidade de um trabalho físico pesado. Por outro lado, o mundo do trabalho em mudança valoriza muitas capacidades e aptidões que estão associadas às pessoas mais velhas, como facilidade de relacionamentobom atendimento, e noção da qualidade.


Gestão da idade no local de trabalho

profissional de saúdeA gestão da idade a nível 
organizacional implica ter em 
consideração fatores 
relacionados com a idade na gestão quotidiana, nomeadamente na organização do trabalho e nas tarefas individuais. As dimensões da gestão da idade são:
  • Melhor consciencialização sobre o envelhecimento
  • Atitudes justas em relação ao envelhecimento
  • Gestão da idade como função e dever fundamentais dos gestores e supervisores
  • Integração da gestão da idade na política de recursos humanos
  • Promoção da capacidade de trabalho
  • Aprendizagem ao longo da vida
  • Formas de trabalho compatíveis com a idade
  • Transição segura e digna para a reforma.

No melhor cenário, a gestão da idade utiliza 
uma abordagem assente no percurso de vida e 
cria oportunidades iguais para todos os grupos 
etários.
Exemplos de ferramentas aplicáveis à
 gestão da IDADE:
Definição de perfis etários
Implica reunir informação sobre as faixas etárias dos 
empregados. Contribui para avaliar as diferenças 
etárias no local de trabalho. A finalidade da definição 
de perfis etários é contribuir para um planeamento 
estratégico e para a tomada de decisões em matéria 
de recrutamento, manutenção em atividade, reforma 
e desenvolvimento de competências e aptidões.

  • Avaliação de competências
O propósito da avaliação de competências é identificar as lacunas ao nível das competências e das aptidões dos trabalhadores para efeitos de desempenho ou de desenvolvimento. A avaliação de competências constitui uma ferramenta útil para o planeamento da sucessão e progressão da carreira e fornece uma base para o desenvolvimento profissional e formação personalizada. No caso dos trabalhadores mais velhos poderá significar adaptar as aptidões às mudanças tecnológicas, facilitar transferências internas de funções ou fornecer outras oportunidades de carreira.
Foi desenvolvido pelo Instituto de Saúde no Trabalho finlandês para medir a capacidade de trabalho individual. Trata-se de um questionário que avalia a capacidade de trabalho com base na autoavaliação dos inquiridos. O objetivo é identificar o tipo de ação necessária para evitar o declínio da capacidade de trabalho.
  • Ferramentas para a transmissão de conhecimentos
Estas contribuem para preservar o conhecimento especializado acumulado dos trabalhadores mais velhos. Exemplos:
- equipas de diferentes idades
- regimes de tutoria e acompanhamento
  • Rotação de funções e recolocação
Podem ser utilizadas para reduzir a carga de trabalho e minimizar os efeitos de um trabalho que gera stresse ou que é fisicamente exigente, bem como para dar aos trabalhadores mais velhos a oportunidade de permanecer num emprego compatível com as suas capacidades.

A vida do homem e sua inserção na sociedade estão intimamente ligadas à constituição de família e à ideia de trabalho, como um modo de obter uma remuneração de maneira a cobrir às necessidades dessa família. Aproximadamente com 30 anos de trabalho, o trabalhador é obrigado a interromper sua rotina diária e perder seu trabalho, pois é chegado o período de se aposentar.



Visto dessa forma, a aposentadoria carrega consigo um estigma ameaçador, uma vez que impõe dificuldades para a obtenção de meios para o sustento e sobrevivência não só do trabalhador como também da sua família.


Na vida prática, a aposentadoria pode ser frustrante. Ela representa uma mudança radical na vida do trabalhador, o que inclui uma redução da renda, sensação de ociosidade e perda da importância social. Aposentar-se com o mesmo padrão de vida dos tempos da ativa é um ideal cada vez mais distante para os trabalhadores do mundo inteiro, pois a maior parte dos atuais aposentados enquadrados nas faixas de média e baixa renda depende da oferta do Estado sobre o quanto ele vai pagar para sobreviver e sustentar seus dependentes.


Com o passar dos anos e com o aumento da expectativa de vida em geral, a saída prematura do trabalhador do mercado de trabalho, próximo aos 60 anos, promove a chamada “velhice social” devido à ruptura com o trabalho formal, ainda que o processo de envelhecimento não tenha comprometido física ou psicologicamente o trabalhador.



Tendo em vista esse aumento constante na expectativa de vida dos indivíduos, os grandes desafios do século XXI, com relação ao mercado profissional, são compreender e reavaliar o espaço voltado à execução do trabalho pelos idosos. O artigo 1º da Constituição Federal declara que são princípios fundamentais da República Federativa do Brasil o direito à cidadania e à dignidade humana, assegurando alguns direitos, inclusive dos idosos, no campo legislativo.

A priori, o idoso já se encontra protegido pelo princípio estrutural da Carta Magna, que garante ao cidadão o princípio da dignidade da pessoa humana. Dessa forma, o idoso, assim como todo cidadão, tem o seu direito à dignidade resguardado sem distinção.


É direito do idoso se dispor ao trabalho laboral e à profissionalização, como garante a Constituição Federal de 1988, que dispõe acerca do trabalho, como um direito social e fundamental:

Artigo I - a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento: 
§ IV: os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. (Constituição Federal, 1988).


No Estatuto do Idoso, mais precisamente no art. 26, trata do direito do idoso ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

Na Constituição Federal de 1988, dentro da proteção do idoso, está incluso o direito do idoso ao exercício de atividade profissional (art. 1º, III), bem como no art. 260, especifica o dever da família, da sociedade e do Estado de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

Na valorização do trabalho do idoso pelo Estatuto do Idoso, art. 28, afirma que o Poder Público criará e estimulará programas tendentes a motivar as empresas privadas a contratar idosos ao trabalho. 

Porém, ela só surtirá efeito segundo Siqueira (2004) quando vier acompanhada de algum incentivo fiscal, de isenção de certos impostos para determinada quantidade de funcionários, com certa idade, contratados. Mas, ainda o mercado de trabalho dá preferência aos mais jovens, não valorizando a capacidade técnica, a experiência de vida e a maturidade da pessoa idosa.
Segundo Alcântara (2009) o significado do trabalho está ligado a um papel ativo e o idoso a um papel passivo, ou seja, por papel ativo entende produtivo, gerador de renda, exigências físicas, psíquicas e sociais, ritmo mais intenso, obrigação carga e responsabilidade. Já o papel passivo associa-se a não produtiva, recebedora de pensão, pouca aptidão física, ritmo vital lento, isenção de obrigações e de responsabilidades.

A discriminação contra a pessoa idosa com relação à idade, por não poder participar mais do mercado de trabalho, tem ocorrido com freqüência na sociedade atual. Conforme Zimermam (2000), em relação às atividades que exigem rapidez e força de maneira geral, as pessoas idosas têm mais dificuldades, porém, têm condições de desempenhar inúmeras funções como muita competência e, inclusive, com vantagens.

Portanto, embora o Estatuto garanta o direito à profissionalização e ao trabalho, ainda persiste a discriminação em virtude da idade,  segundo a Carta dos Idosos à Nação Brasileira (2005)  inclusive em concurso público, persiste a exclusão de idosos no mercado de trabalho.

Neri (2005) destaca onze princípios da ideologia que influenciaram a constituição da Política Nacional do Idoso e do Estatuto do Idoso, entre eles a associação de velhice com declínio intelectual, que se reflete em baixo desempenho no trabalho, incapacidade para novas aprendizagens, pouca flexibilidade e alta resistência a mudança. Estes aspectos são comumente apontados como motivo para os mais velhos não se envolverem em tarefas intelectualmente exigentes, para serem afastados do trabalho e para não serem submetidos à reciclagem profissional. 

Outro ponto importante com relação à profissionalização e ao trabalho para o idoso refere-se à necessidade de aposentados continuarem trabalhando, pela remuneração e devido às baixas aposentadoria, inclusive muitos continuam sendo arrimos de família.
Em relação ao mundo do trabalho, ser idoso poderia significar ser mais valorizado devido ao acúmulo de experiência e conhecimento, todavia, na nossa sociedade, ocorre o contrário; se vivenciamos condições precárias de trabalho para a maioria dos cidadãos, a idade caracteriza-se mais um fator de exclusão do mercado de trabalho e de condições dignas de vida.

Como vimos, as transformações que estão ocorrendo no mundo do trabalho devem ser pensadas no interior das profundas mudanças que o capitalismo vem sofrendo, em escala mundial, tanto na sua estrutura produtiva, quanto no universo de suas idéias e valores. Enquanto respostas do sistema de capital em torno da realização de seu constante desejo de obtenção de lucro, a reestruturação produtiva e o neoliberalismo produziram como resultados o desemprego estrutural, precarização e desregulamentação do trabalho que revelam um forte incremento da exploração da força de trabalho.

Tais mudanças também atingiram o mundo do trabalho brasileiro, incorporando-se às mazelas particulares, que atravessam o capitalismo brasileiro. Entre nós, elevadas taxas de desemprego e subemprego convivem com o avanço da informalidade e da precarização.

O trabalhador que foi explorado durante todo tempo de vida que esteve no mercado de trabalho, que sofreu com a alienação e os direitos sociais básicos sendo desrespeitados, viverá, na velhice, as conseqüências das condições precárias de uma vida toda, agravadas pela precariedade dos direitos em relação ao trabalho, ou à falta dele, ou aos parcos recursos da aposentadoria na velhice. Para os idosos, a idade configura-se, neste contexto, mais um fator de acirramento da desigualdade social.

No atual contexto histórico que estamos vivendo, com as condições postas pelo capitalismo contemporâneo, não temos como deixar de indagar sobre os desafios profissionais do assistente social, seja qual for o espaço de trabalho, inclusive com aqueles que trabalham com idosos.

O principal desafio é re-descobrir alternativas e possibilidades para o trabalho profissional no cenário atual: traçar horizontes para a formulação de propostas que façam frente à questão social e que sejam solidárias com o modo de vida daqueles que a vivenciam. "Afirmar o compromisso com a cidadania exige a defesa dos direitos sociais tanto em sua expressão legal, preservando e ampliando conquistas da coletividade já legalizadas, quanto em sua realidade efetiva" (IAMAMOTO, 2003, p.78).
O requisito é uma competência crítica capaz de decifrar a gênese dos processos sociais, suas desigualdades e as estratégias de ação para enfrentá-las. Supõe competência teórica e fidelidade ao movimento da realidade; competência técnica e ético-política que subordine o "como fazer" ao "o que fazer" e, este, ao "dever ser", sem perder de vista seu enraizamento no processo social (IAMAMOTO, 2003, p. 80).

É na tensão entre produção da desigualdade, da rebeldia e do conformismo que trabalham os assistentes sociais, situados nesse terreno movido por interesses sociais distintos. Foram as lutas sociais que romperam o domínio privado nas relações entre capital e trabalho, extrapolando a questão social para a esfera pública, exigindo a interferência do Estado no reconhecimento e a legalização de direitos e deveres dos sujeitos sociais envolvidos, consubstanciados nas políticas e serviços sociais, mediações fundamentais para o trabalho do assistente social.

O desafio atual é tornar projeto ético-político do assistente social um guia efetivo para o exercício profissional e consolidá-lo por meio de sua implementação efetiva. A consolidação do projeto ético-político profissional que vem sendo construído requer "remar contra a corrente".

Teimamos em reconhecer a liberdade como valor ético central, o que implica desenvolver o trabalho profissional para reconhecer a autonomia e emancipação dos sujeitos sociais, reforçando princípios e práticas democráticas.

Para tanto, exige-se um profissional atento às possibilidades, capaz de formular, avaliar e recriar propostas, em nível das políticas sociais e da organização das forças da sociedade civil. Um profissional informado, crítico e propositivo, que aposte no protagonismo dos sujeitos sociais.
Responder a esse perfil exige, por sua vez, uma competência crítica que supere tanto o teoricismo estéril, o pragmatismo, quanto o militantismo. Nas palavras de Iamamoto (2003), é preciso evitar tanto o messianismo, como o fatalismo, na atuação profissional.

O trabalho do assistente social com idosos, assim como com qualquer usuário, requer um profissional competente. Os idosos, que vivenciaram durante toda a vida a exploração no mundo do trabalho, continuam vivenciando os reflexos da desigualdade social e esta expressão da questão social exige, mais do que nunca, a atuação profissional ética e compromissada com os interesses daqueles que mais precisam.

O esforço volta-se para realizar um trabalho que zele pela qualidade dos serviços prestados e pela abrangência no seu acesso, o que supõe a difusão de informações quanto aos direitos sociais e os meios de sua viabilização. Trata-se de envidar esforços para assegurar a universalidade ao acesso e/ou a ampliação de sua abrangência.
O momento que vivemos é um momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter esperanças para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar. É necessário alimentar os sonhos e concretizá-los dia-a-dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais justos, mais solidários (IAMAMOTO, 2003, p.17).

REFERÊNCIAS
ALCÂNTARA, Adriana de Oliveira.  Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. Campinas-SP: Editora Alínea, 2009. (Coleção velhice e sociedade).
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. São Paulo: Cortez/UNICAMP, 1995.
_______. Os sentidos do trabalhoEnsaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 1999.
CARTA DOS IDOSOS À NAÇÃO BRASILEIRA. Avaliando a aplicação do Estatuto do Idoso.  Revista A Terceira Idade. São Paulo, v.16, n.34, p.1-104, out./2005.
HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo, Cortez, 2003.
MARX, Karl. O Capital: o processo de produção do capital. Livro I, vol. I e II. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1988.
NERI, Anita Liberalesso. As Políticas de Atendimento aos Direitos da Pessoa Idoso Expressas no Estatuto do Idoso. Revista A Terceira Idade. São Paulo: SESC-GETI, v.16, n.34, p.1-104, out./2005.
SIQUEIRA, Luiz Eduardo Alves de.  Estatuto do Idoso de A a Z. Aparecida, SP: idéias & Letras, 2004.
ZIMERMAN, Guite I.  Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
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CULINÁRIA FÁCIL...

Macarrão de forno com presunto e queijo
INGREDIENTES:
500 g de macarrão estilo penne ou parafuso
3 fatias de presunto cortado em fatias pequenas
4 fatias de queijo cortado em fatias pequenas
1 filé pequeno de frango, aquele esquecido na geladeira já pronto
1 pacote de molho pronto de tomate tradicional
2 colheres de azeitonas cortadas
1/2 banda de cebola cortada em cubos pequenos
2 dentes de alho picado
Orégano a gosto
Sal a gosto

MODO DE PREPARO
Cozinhe o macarrão al dente e reserve
Em uma panela, refogue a cebola e o alho em um filete de óleo depois adicione o molho pronto, um pouco de catchup se desejar e uma colher rasa de sopa de manteiga ou margarina, adicione 150 ml de água espere ferver e reserve
Ligue o forno médio
Em uma travessa coloque um fio de óleo e espalhe com um pincel ou com o dedo, coloque o macarrão cozido e jogue por cima o presunto, o frango, as azeitonas, o óregano e metade do queijo
Jogue o molho por cima e coloque o queijo restante por cima
Leve ao forno, espere o queijo derreter e sirva ainda quente



CREME DE LIMÃO:


INGREDIENTES:
1 lata de leite condensado

1 lata de creme de leite com soro

1/2 lata de suco de limão ( usar a lata como medida )
100 g de biscoito champanhe
Chocolate branco e cereja para decorar

MODO DE PREPARO

Misturar em uma tigela com uma colher o leite 

condensado,o creme de leite e o suco de limão

Fazer camadas em uma recipiente de sua preferencia

Creme de limão, biscoito e creme

Decorar e levar para gelar








MENSAGEM:



















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