Governo Obama estuda opções radicais contra o efeito estufa
O novo conselheiro de ciência do presidente Barack Obama, John Holdren, disse que o aquecimento global é tão grave que o governo está estudando o uso de tecnologias radicais para resfriar a Terra.Holdren disse, em sua primeira entrevista desde que foi formalmente confirmado para o cargo, que ideias de geoengenharia - como são chamadas intervenções amplas e deliberadas no ambiente terrestre - estão sendo discutidas. Uma dessas opções envolve disparar partículas na atmosfera superior, para refletir os raios do Sol de volta ao espaço. Holdren disse que uma medida experimental dessas só seria usada como último recurso."Temos de analisar", disse ele. "Não temos o luxo de tirar nenhuma abordagem da mesa".Holdren delineou uma série de "pontos críticos" do aquecimento global que podem estar se aproximando rapidamente. Uma vez que um desses pontos seja atingido, como o desaparecimento do gelo do ártico no verão, o fato torna mais prováveis "consequência realmente intoleráveis", disse ele.Duas vezes, na entrevista de meia hora, Holdren comparou o aquecimento global a estar "num carro com freios ruins que se dirige para um precipício em meio à neblina".No início, Holdren caracterizou a potencial necessidade de usar tecnologia para manipular o clima como uma posição pessoal. Depois, afirmou ter levantado a questão em discussões do governo.Holdren, um físico de 65 anos, não é o único a levar a geoengenharia a sério. A Academia Nacional de Ciências dos EUA adotou o tema para seu primeiro workshop de desafios climáticos. O Parlamento britânico também discutiu a ideia.A Sociedade Americana de Meteorologia está elaborando uma declaração que diz que "é prudente considerar o potencial da geoengenharia, para entender seus limites e evitar o uso impetuoso".Holdren disse que disparar partículas no ar - criar um vulcão artificial, como já definiu um cientista - poderia ter graves efeitos colaterais e não resolveria todos os problemas das emissões de gases do efeito estufa. No entanto, "poderemos ficar desesperados o bastante para querer usar isso", acrescentou. Outra opção mencionada por ele é o uso das chamadas árvores artificiais, que sugam dióxido de carbono do ar. A ideia parecia cara demais, disse ele, mas um novo exame da abordagem mostrou que poderia não ser tão caro. (Fonte: Estadão Online)
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